sábado, 13 de novembro de 2010

Berlim


Depois de séculos sem atualização, voltei para contar como foi a minha viagem para Berlim \o/

Voei pela Ryanair no dia 6 de Novembro e voltei dia 9. Ir para o aeroporto de Dublin foi tranquilo, era bem cedo então não teve transito nenhum. Cheguei lá e fiz o meu check-in e fiquei andando pelas lojas do duty free, vendo eletronicos e doces e bebidas... foi dificil não comprar um toblerone gigantesco.

Enfim, o avião tava praticamente lotado e do meu lado sentou uma criança! OMG, antes do avião decolar o pai ficava dando bolacha pra ela e eu já tava vendo a hora que a garota ia vomitar [em mim, óbvio]. Mas graças a Deus o avião decolou, pousou e a criança ficou quietinha =D


Sai do avião, passei pela imigração e... Alemanha! Mal podia acreditar que estava na Lemanha (como diria o Chaves), perfeito. Ainda no aeroporto comprei o meu Welcome Card válido para 72h, nais quais poderia usar qualquer meio de transporte na cidade ilimitadamente e ainda teria direito a descontos em alguns lugares aleatorios da cidade [que eu acabei não visitando por falta de tempo =/]

Sai do aeroporto e fui para a estação de trem (S-Bahn). O sistema de transporte em Berlin é sensacional! Apesar de não ser tão grande quanto o de Londres ou Paris, funcionou perfeitamente para mim, além de ser muito bem sinalizado.
Ao chegar na estação, descobri que um dos trens que vai para o centro da cidade partiria dentro de poucos minutos, mas aquele trem não ia para o lugar que eu tinha planejado ir. Sem problemas! Olhei no mapa e tracei a nova rota. Iria até a estação final, Pankow, pegaria o metro naquela estação e depois de duas paradas chegaria ao Hostel.

Pego o trem e 40min depois chego a Pankow. Olho as placas e vejo as setinhas indicando a conexão com a linha 2 do metrô (U-Bahn). Uma seta indica para descer as escadas. Eu sigo. Depois vire a direita. Eu viro. Vire a direita novamente... ok... adiante... ok... a direita novamente... direita... sinto que estou andando em circulos.

Depois de andar por uns 15 minutos pela estação (que era minuscula) descubro que uma das setas indicava exatamente para a PAREDE! E nessa hora percebo que a parede era diferente das demais, recém construida. As coisas começam a fazer sentido...

"Do you speak English?", pergunto a duas mulheres paradas no centro da estação.
"Nein.", uma responde.
"U-Bahn?!", pergunto.
"No U-Bahn! Bus!"
¬¬

Haha, encontro uma placa dizendo que devido a obras na via, o metrô não chega até a estação de Pankow \o/

Respiro fundo, volto para o mapa do sistema de transporte e planejo outro caminho. Pego o mesmo trem que peguei para chegar lá e volto três estações. Desço e... o metrô TAMBÉM não chega naquela estação. Todo o final da linha foi desativado. Legal \o/

To make a long story short, consegui chegar no hostel são e salvo após 1h30. Nada mal. Assim que sai da estação do metrô perto do Hostel, ao olhar pro céu pude ver a torre de TV. Foi algo indescritivel.


O Hostel que fiquei, EastSeven, é sensacional! Fiquei num quarto com oito camas mas foi super tranquilo. O lugar era super limpo, bem organizado e tinha um pessoal bem legal [falo mais sobre eles mais pra frente].

Já eram umas 5h da tarde, decido dar uma volta pra ver a cidade... mas já está escuro! 5h da tarde = noite em Berlim, haja paciência. Ok, dei uma volta pelas ruas proximas ao Hostel e decido ir pro centro, já que estava a apenas 3 estações de metrô de lá.

Agora, sobre o metrô... as estações não tem bloqueio, são completamente abertas, como se fossem uma extensão das ruas. Você compra o seu bilhete em umas máquinas especiais na propria plataforma e pronto. Se não quiser comprar, não precisa, mas corre o risco de ser parado por um fiscal e pagar multa. Em 3 dias em Berlin fui "parado" 2 vezes para mostrar meu ticket. É bom não arriscar.
Outra coisa muito boa é que todas as plataformas tem indicadores que mostram qual trem está vindo e quanto tempo demora pra ele chegar (e ele chega pontualmente). Quando é uma estação do S-Bahn por exemplo, onde varios trens com diferentes destinos passam pela mesma plataforma, acaba sendo muito util.
Além disso, as portas dos trens não abrem automaticamente! você tem que apertar um botão para que ela abra. Então, as vezes se ninguem vai embarcar ou desembarcar, o trem para mas as portas do vagão permanecem fechadas. Boa ideia no frio...

Continuando... no sábado acabei indo para a Alexanderplatz, que é uma praça gigantesca no centro de Berlim.
Lá comi o que parece ser bastante famoso por lá, que é uma linguiça muito maior do que o pão, com ketchup e mostarda. Muito bom. Mesmo.


Depois de dar uma volta ali pelo centro resolvi voltar para o hostel e dormir, pq tava muito cansado da viagem e ter acordado super cedo e tal. Mas eram oito da noite!!! Depois que escurece parece que o tempo para de passar, eu podia jurar que jah eram pelo menos dez.
Enfim, voltei e antes de dormir acabei conversando com um cara de londres e o amigo da australia, ambos estavam no no mesmo quarto que eu.

Dormi e acordei com um despertador. A música tocava por 30 segundos, parava por 15 e continuava... dai parou. E voltou. E parou. E voltou. Dai eu percebi que na verdade era o celular/despertador da garota que estava dormindo na cama de baixo da beliche e a folgada deixava tocando!
Olhei pra baixo e perguntei: Por acaso é o seu despertador?!
E ela: ah eh, desculpa!
E eu: haha, ok [son of a bitch]

Voltei a dormir. No dia seguinte, sai do quarto para ir tomar banho e depois peguei alguns flyers na recepção sobre Walking Tours em Berlin. Era um domingo, decidi ir na tour para o centro de concentração Sachsenhausen.
Fui até o ponto de encontro e comecei a conversar com a guia, que era uma australiana muito gente boa morando em Berlin há alguns anos. Bastante gente apareceu para o "passeio". Pegamos um trem de DOIS andares e depois de 30 minutos chegamos a cidadezinha ao norte de Berlim.
Depois de uma caminhada de uns 15 minutos chegamos a entrada do campo de concentração, que é gigantesco. Ela deu uma introdução sobre o local, salientando que ali não era um campo de extermínio (mas isso nao significa que ninguém morreu lá). Infelizmente quase tudo lá foi destruido depois do final da guerra, mas deu pra ter uma ideia legal de como era.


Achei a visita muito legal, mas confesso que é meio pesado. Em uma parte há um campo de fuzilamento, foi tenso, não dá nem pra imaginar como era aquela época. Coisas que não deveriam acontecer. O final da visita foi no "hospital", que não era mais do que uma casa de três quartos, sendo uma sala de autopsia e outra de cirurgia. Dai a guia falou: quem quiser ir no porão [onde eles guardavam os corpos, diga-se de passagem] a entrada é por aqui. Eu só entrei lá uma vez e não pretendo entrar de novo, mas é aberto ao publico, quem quiser entrar...

Todo mundo quis, of course. E ao descer as escadas para o porão aquela sensação de ar pesado, nossa, todo mundo saiu em menos de 1 minuto de lá. O porão era maior do que a própria casa em cima e tinha três grandes galerias... tenso...

Nisso já eram 4h da tarde e voltamos para a cidade. Da estação de trem resolvi ir para a Postdamer Platz, que é um centro comercial de Berlin onde fica o Centro da Sony (essa parte com a tenda branca).


O lugar é o máximo! Dentro do centro da Sony tem uma praça coberta onde há um telão gigantesco. Nossa, tava sentindo falta dos prédios altos!
Ao andar pelas ruas ao redor encontrei uma loja da Haagen-Daz! Sim, em Berlin você encontra lojas da Haagen-Daz de verdade! Mas tava taaanto frio que acabei nao tendo coragem de tomar sorvete. Além disso, já estava sentindo minha garganta ficar ruim.... =/


Andei até o Brandenburg Gate (da primeira foto do post), que é lindo demais. De lá caminhei pela rua Unter den Linden até a Alexanderplatz e voltei para o hostel.

Ao chegar no saguão do hostel comecei a conversar com uma garota de Londres e com dois caras da Austrália. Ficamos jogando Shithead (jogo de cartas muito facil que eu nunca tinha ouvido falar) até que a mina disse: vc não vai beber?
E eu: ah, não sei, não to podendo gastar muito dinheiro...
E ela: mas eh happy hour!!
E eu: ?
E ela: a garrafa de cerveja é 1 Euro!
E eu: ONDE EU COMPRO?!

uhahuahua, 1 euro é de graça, especialmente se vc comparar com Dublin. No fim tinha quase 10 pessoas jogando Shithead e ficamos lá até quase 2h da manhã, quando metade do povo resolveu ir prum "pub". Eu fui dormir.


No dia seguinte acordei com o celular da minha folgada de Israel tocando DE NOVO. Mas pelo menos foi de manhã, então até que foi bom. Já era segunda-feira, meu último dia útil na cidade e eu ia fazer a Walking Tour pelo centro da cidade.
No fim acabou sendo com a mesma guia que levou a gente pro campo de concentração, inclusive algumas pessoas que foram no domingo estavam lá na segunda também.
Começamos pelo Altes Museum (Museu Antigo), onde ela contou que é o mais antigo de Berlim e que foi quase que completamente destruido na guerra (assim como boa parte da cidade).
Passamos pela Universidade de Humboldt, que teve só alguns alunos prêmios Nobels, incluindo Einstein (só...). Lá na frente construindo um memorial, Empty Shelves (Prateleiras vazias).

Esse memorial foi construido porque, exatamente naquele mesmo local, os nazistas queimaram mais de mil livros da biblioteca da Universidade. Pessoas que cursaram universidades eram vistas como uma ameaça ao "governo" e um dos primeiros atos foi queimar os livros. Prateleiras vazias porque jamais poderão ser repostas. Queimar livros.........


Depois visitamos o Checkpoint Charlie, que foi um dos principais pontos de acesso entre o Leste e o Oeste pelo Muro de Berlim e em seguida vimos....... O MURO DE BERLIM!


Confesso que achei meio brochante, huahuauha, Ok, ok, é um muro! esperava o que?, mas a gente ouve falar taaanto dele que imagina uma muralha da China no meio da cidade. Bem, é um Muro.

Em seguida fomos ao Memorial dos Judeus da Europa, que é super legal também e finalizamos no Brandenburg Gate. Nisso já eram 4h da tarde e eu precisava ir pro hostel pq às 7h da noite....


Dia 8 de Novembro de 2010. Show do Alice Cooper em Berlim.
A casa de show ficava a 20min do meu Hostel, fui e voltei a pé mesmo. O lugar não era muito grande, não estava lotado e a média de idades era de uns 40 anos! uhahuahua, tinha muito tiozão, muito mais do que jovens.

Enfim, o show foi sensacional. Alice Cooper manda muito bem ao vivo. O show abriu com School's Out, depois No More Mr. Nice Guy, só tocou música boa. Ele foi morto 4 vezes no palco, sendo duas as mais clássicas: guilhotina e forca! Nossa, fantástico. O show todo é uma peça de teatro. Valeu cada centavo do ingresso, espero poder ve-lo novamente ao vivo.

Um comentário:

Émerson disse...

Eduardoooooooooooooooooooo! Tava com saudade dos teus posts e curti demais tua aventura! Adoro teu jeito irônico de expressar... rsrs... Sachsenhausen eu tinha lido algo sobre e realmente deve ser "punk" estar lá... mas é um lugar que quero visitar... mesmo sendo um chorão... Abração kra... E sexta-feira eu tô aí... Nem parece que já é a hora...
Se cuida meu amigo!